24 de abr. de 2010

ALEGRIA - Palhaço, sim senhor... Doutor Palhaço.

“Eu não consigo imaginar quantas alegres vidas sorriram com essa Alegria”.

Aos momentos eternos dos Circos de nossas infâncias retornei ao ver esse Menino Serelepe no encantador cortejo de conduzido pelo Circo Volante, “saracutiando” no meio dos jovens alegrias e mambembes discípulos da arte de fazer Rir.
Às vezes, corria, com sua atual velocidade, outras vezes, dançava ao som do competente Saxofone da moça alegre da bandinha do cortejo.
Acariciava um, brincava com outro, sempre mostrando que a vida é sempre presente. O Passado, só dos seus passos pelas ruas por onde fluía o cortejo.
Descansa, toma uma água, continua gentil e Cortez. Atrai uma criança, ilude com um gesto. Cansado, no cansaço. A música, o som, a percussão fluem e o movimento, veloz para sua atualidade, segue no cortejo desfilando singeleza, orgulho e toda, toda a dignidade de uma vida, alegrando e dando todas as gargalhadas, de seu interior, para aqueles que lhe ver alegrar.
Das diversas aparições, resta-lhe uma peruca careca-cabeluda surrada, craquelada pelos diversos quentes e frios dos inúmeros picadeiros e a total certeza que sua missão vem sendo cumprida à medida que os sorrisos aparecem.
No rosto marcado, pelas incontáveis horas, maquiado, trás cada sinal, cada ruga, cada mancha de uma composição pessoa personagem e personagem pessoa, iluminado e iluminada.
Chegando à Sé, o cortejo se espalha pelas largas pradarias da praça... O “Alegria” se coloca no centro da praça, perto do marco central, assenta-se e como mágica, que é sua figura, mágica, começa a ser cumprimentado por um, fotografado por outros tantos, conversa com um, faz um afago a mais, atrai o Gringo.
Numa interação com a energia da juventude e a lucidez de seus noventa e tantos, ali, assentado, realiza uma delicada performance, como se estivesse no mais luxuoso picadeiro de um “Bartolo”, de um “Frota”, de um “Soleil”...
Permite, em sua magnitude, que outros coadjuvantes dividam o mesmo quinhão da praça. Que leveza...
Encontro-me, dois dias depois, em uma praça, a do jardim, apreciando a Cia Circunstância em uma apresentação para as crianças de escolas, com 2, 3, 4, 5, ...., 49, 50 anos, sei lá quantos, sem precisão.
De repente, em uma cadeira, sentadinho ao lado, ao fundo da assistência, o vi... Sem a sua maquiagem característica, está elegantemente vestido de camisa de gola e calças pretas, homenageado pelos apresentantes, faz um gesto suave, de erguer os punhos, levanta levemente o bico de seu boné, estilo inglês, saúda o povo...
Os olhares de todos se viram e presenciam a emoção que lhe toma os olhos... Acaba de ter a certeza que sua arte continuará a proliferar...
A arte que, muitas vezes, com mímica, se construía, agora, com microfones e instrumentos eletrônicos, floreando os enredos, mesmo de séculos atrás, é repassada para as platéias...
Tocou-me ainda, no último disparo de minha Câmera, o olhar de admiração de uma criança, contemplando aquele Vôzinho, ali, sentadinho, com um nó na garganta, aplaudindo aqueles que sempre aplaudiram e aplaudirão.


Palhaço Alegria, que alegria de viver...


Ano que vem encontro você, no meu anonimato, apreciando sua jovialidade e dedicação à arte e à mágica de fazer rir. Fique sempre com Deus.

9 de abr. de 2010

JANELAS - Capricho contrastado


       De frente para o cenário retórico do Calvário de Cristo, no número 33, pude defrontar-me com o requinte de detalhes ornamentados...
       Uma verdadeira sequência de balangandãs, muito caprichados, tendo como fundo uma cortina branca, alva de sol, de um lado e, o breu da penumbra, destaca toda a singeleza das cores vibrantes do artesão.
       Ao lado, rígida e imponente, marcada pelas intempéries, destaca-se pela transparência fosca de vidros, presos na molduras da vidraça sobre a porta do número 37.
      Marcos desgastados, registram passagens. Tantas que deixaram a vida definitivamente “longevivida”... As particularidades de cada passagem registra um momento único, lúdico, tolo, racional ou não, repetido até.
      Mostra-me, em sua leitura, que cada fenda ou trinca não devem ser esquecidas nem desprezadas por trazerem, em seu histórico de observadora, o vai-e-vem dos fatos, dos tempos e da “despreservada” magnitude.
Por ali passaram tios, irmãos e pais, primos, avós e padrinhos.
      Completou: _ Mesmo que não cresça, mantenha os valores dignos adquiridos em suas passagens e desenvolva cada vez mais o poder de extrair das coisas mais simples, as maiores lições...
      Determina: _Vá! Registra que a beleza traz prazer, mas o rústico registra o quanto é difícil se manter belo.
Diz-me: _ Não releva a integridade, pela aparência desmantelada pelo dia-a-dia... Guarda em seu coração que cada passagem registrou em mim toda a característica daqueles que por aqui passaram. Leva em seu sentimento que a firmeza e robustez do caráter são as duas maiores colunas que mantêm a tenacidade, a rigidez e a fragilidade de cada um...

1 de abr. de 2010

MOMENTOS DE PAZ

As Caminhadas sempre levam à Meditação.





Quantos passos até chegarmos ao instante de reflexão?
Que seja por um pequeno instante...
A reflexão sobre...
A reflexão para...
A reflexão com...
A cada passo de uma caminhada, estabelece-se uma conexão com nosso chão.
Cria-se uma união com a base de seu contínuo crescimento.
Quando se caminha sozinho,as dificuldades se afloram nas facilidades...
Quando acompanhamos, somos também acompanhados, recebendo a força de um, entregando energia para outro...
Troca de energia...
Nas alas de uma Procissão, nas costas de quem vai,
o olhar de quem segue...
Não tem jeito... os pensamentos fluem...
De repente, está se meditando...
Meditando...
Refletindo... Buscando a Certeza...
Com a certeza de não tê-la...
Uma das certezas que sempre se busca é a Paz...
Na Procissão, o murmúrio e a profissão de fé...
Estimulam o crescimento da Paz de espírito e o alcance do equilíbrio...
_ Não é só em uma Procissão que se consegue essa interação...
_ É verdade... Mas em uma procissão, envolve-se espiritualidade, cultura, vivência e convivência, família, infância...
Mamãe, Papai...
Ao se caminhar, em uma procissão, tem-se a oportunidade
de viver a história, de se buscar o seu interior,
relembrar a cultura, apreciar a riqueza de um povo,
trazer a união da família, desde primos aos avós,
reviver os tempos do catecismo da infância,
das missas de domingo com Papai e Mamãe...
Nas reflexões, tem-se o direcionamento para a Meditação...
Uma reflexão bem direcionada e fundamentada...
Caridade, Alegria, Humanidade, Afeto, Integridade, Compaixão...
Quantas vezes, nos tempos modernos, pára-se para meditar sobre temas tão pertinentes?
Independentemente da Religião, independente da ideologia ou doutrina, a busca pelo equilíbrio e pela Paz interior, é constante...
Caminhadas levam a Meditar...
No sozinho de seu interior, as idéias fluem e os pensamentos flutuam...
Lá dos Contos: _ Só pode voar quando os pensamentos são bons.
Então, tenham Pensamentos Bons...
Meditemos em nossos íntimos e externemos somente as partes boas.
Pois lembrem-se sempre: _ Só queremos o Bem, Somos pessoas de Bem e do Bem...
Paz entre os Povos, Harmonia entre os diferentes,
Que assim seja.